Como estamos de Saúde Oral na Europa?

A 12 de setembro assinala-se o Dia Europeu da Saúde Oral – uma data que serve, sobretudo, de alerta para hábitos e comportamentos que prejudicam a Saúde Oral.

 

Neste dia, de alerta e consciencialização, a MD Clínica partilha consigo alguns dos mais recentes dados sobre a saúde oral na Europa, recolhidos no último relatório “The State of Oral Health in Europe”.

 

A saúde oral na Europa

Em primeiro lugar, é preciso reforçar que a saúde oral não diz apenas respeito à saúde dos dentes, mas também passa pela saúde das gengivas e do seu osso de suporte, bem como dos tecidos moles da boca, língua e lábios.

“A saúde oral é essencial para a saúde geral e para uma boa qualidade de vida. É um estado de liberdade contra a dor bocal e facial, o cancro da garganta ou oral, as infeções ou feridas orais, as doenças das gengivas (também conhecidas como doenças periodontais), cárie dentária, a perda dentária, bem como contra outras doenças e transtornos que limitam a capacidade individual de morder, mastigar, sorrir, falar e para o bem-estar psicossocial.” WHO 2012(a).

Sublinhe-se que as doenças orais não têm impacto apenas no indivíduo através da dor, desconforto ou componente estética, mas trazem consequências para a sua saúde geral e, ainda na sua qualidade de vida, pelos custos económicos associados a consultas e tratamentos.

Doenças crónicas e determinadas condições, tais como a obesidade, as doenças cardíacas, os AVC, o cancro, a diabetes e as doenças orais partilham um conjunto de fatores de risco em comum. Além das desigualdades crescentes na prevalência destas principais doenças do século XXI, as desigualdades associadas à saúde oral também constituem um problema significativo de saúde pública.

 

Principais doenças orais

Os três grupos principais de doenças orais  são as cáries dentárias, doenças periodontais e cancro oral.

A promoção da Saúde Oral assenta, essencialmente, na prevenção ao nível das cáries dentárias e das doenças das gengivas: a utilização regular de fluoretos tópicos (pasta de dentes, verniz e produtos para enxaguar a boca, todos com flúor) tem provado ser o procedimento mais indicado para evitar a decadência dentária (cáries).

Doenças das gengivas podem ser evitadas através de boas práticas de higiene oral pessoal, tais como a escovagem e a limpeza entre dentes (com fio dentário).

Existem provas limitadas relativamente à eficácia do rastreio para a deteção antecipada de cancro oral, mas a avaliação dos tecidos moles orais deve ser incluída nas rotinas e exames orais – especialmente em grupos com alto risco de cancro oral, como fumadores e grandes consumidores de álcool.

Na Europa, a incidência dos vários cancros de foro oral varia por país, mas é possível identificar um padrão que relaciona algumas diferenças regionais na exposição aos fatores de risco.

 

Taxa de incidência de casos de cancro oral, na Europa.

 

As maiores taxas de cancro oral (em ambos os sexos e todas as idades) são identificadas em Portugal, Espanha e na Hungria. Em França, onde, historicamente, se registava o maior número de casos, identifica-se, agora, uma estabilização destes valores, enquanto se regista uma subida destas taxas na Europa Central e de Leste, associadas ao consumo elevado de tabaco e bebidas alcoólicas.

 

Promoção da saúde oral: políticas de saúde oral na Europa

Por toda a União Europeia, existem uma série de programas de saúde oral pública com sucesso a nível comunitário: focam-se em fornecer tratamentos de prevenção, em aumentar a consciencialização e melhorar a educação do paciente, de forma a encorajar rotinas saudáveis.

  • Programas de educação sobre saúde oral, apresentados em âmbito escolar, demonstraram melhorias na saúde dentária das crianças, especialmente quando providenciados juntamente com apoio familiar e intervenções comunitárias (França, Alemanha, Irlanda e Reino Unido).
  • Foi implementada uma gama de iniciativas eficazes de prevenção ao nível da população por toda a Europa. Estas iniciativas incluem programas de fluoração de água (Irlanda, Polónia, Sérvia, Espanha, Reino Unido); programas de sal com flúor (Suíça, Eslováquia, França, Alemanha e República Checa) e programas de leite com flúor para crianças (Bulgária, Reino Unido).
  • Na Dinamarca, uma abordagem proativa e direcionada, providenciam-se cuidados de prevenção no âmbito do serviço público de cuidados de saúde oral, com resultados significativos: as instalações clínicas locais fornecem cuidados de saúde oral abrangentes e gratuitos a crianças e adolescentes, através de um registo sofisticado que monitoriza a sua assiduidade.
  • Vários países (Finlândia, Alemanha e Suíça) promovem ativamente produtos sem açúcar.

 

As campanhas em redor das temáticas da Saúde Oral, bem como as políticas de saúde oral públicas,  mostram-se, em Portugal, ainda insuficientes na prevenção e redução do número de casos, pelo que é muito importante alertar para todos os comportamentos de risco e sublinhar a importância de bons hábitos de higiene oral.

 

Na MD Clínica sublinhamos a importância de cuidar e manter o seu sorriso bonito mas, sobretudo, saudável: fale com o seu Médico Dentista, tire dúvidas e realize um rastreio.