Também desvitalizamos com microscópio
Falámos com o Dr. André Reis, médico dentista na MD Clínica, sobre a Endodontia (mais comumente conhecida por desvitalização) e a tecnologia e as inovações que estão envolvidas neste tratamento.
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O Dr. André resume este processo recorrendo à sua origem semântica:
“Endo é a palavra grega para dentro e odont significa dente. Desta forma, facilmente se percebe que o tratamento endodôntico ou desvitalização significa tratar a parte interna do dente.” Mais precisamente, o tecido mole chamado polpa dentária.
“A polpa contém vasos sanguíneos, nervos e tecido conetivo que se estendem desde a coroa do dente até aos canais radiculares que terminam na ponta das raízes.”
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Por diferentes causas, como cáries profundas, procedimentos dentários repetidos no mesmo dente, fissuras ou traumatismos dentários, a polpa dentária pode ficar irreversivelmente inflamada ou infetada…
Sim, e se não tratada pode causar dor ou levar a uma infeção e abcesso que coloca a manutenção do dente em risco.
É, por isso, necessário remover a polpa inflamada, uma limpeza e modelamento cuidado do interior dos canais radiculares e, depois, um preenchimento e selamento tridimensional do espaço preparado. Posteriormente, é colocada uma coroa ou outra restauração no dente para o proteger e lhe devolver as suas capacidades e funções completas.
A maioria dos pacientes considera este processo como algo irreversível na vida do dente. Em que casos este processo se torna a alternativa mais viável e segura para o paciente?
Por vezes, os dentes apresentam infeções ou patologias que requerem tratamento e, sempre que possível, a opção deve passar por tratamentos conservadores que visam a manutenção do dente, como a desvitalização.
Há muitas razões clínicas que justificam a necessidade de tratamento endodôntico (desvitalização), mas também existem inúmeras razões práticas para afirmarmos que salvar o dente natural deve ser a primeira escolha para obtermos os melhores resultados em termos de saúde, de manutenção de funções e questões de estética.
Às vezes, o pensamento é “porque não remover logo o dente?” – a opção mais fácil e até mais rentável, especialmente se não for visível. No entanto, os dentes perdidos, além de se sentir a sua falta, podem fazer com que outros dentes se desloquem, afetando a capacidade mastigatória e a estética do sorriso e, consequentemente, a própria qualidade de vida do paciente.
Atualmente, este tratamento pode ser considerado como um procedimento praticamente sem dor associada, com ótima relação custo/benefício e resultado visual e funcional apelativos após os dentes serem devidamente restaurados.
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De que forma o recurso ao microscópio é vantajoso neste procedimento?
O microscópio tornou-se parte integrante e fundamental da prática clínica diária em Endodontia. Além dos benefícios óbvios para a prática clínica – imagem ampliada e melhor iluminação que resultam numa visão melhorada e precisa – atualmente está já disponível a evidência científica que demonstra uma diferença significativa na taxa de sucesso dos tratamentos, com melhores resultados quando executados com microscópio.
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Que outros procedimentos, cuidados e tecnologia garantem à MD Clínica uma intervenção qualitativa acima da média?
Para além do microscópio, posso apontar outros procedimentos e equipamentos como o nosso Laser de ER-YAG, ou o CAD-CAM do nosso laboratório de prótese, passando pelo Scanner IntraOral, pela Tecnologia Invisalign e pela valência de Digital Smile Design no planeamento de casos estéticos.
Mas também é importante focar a capacidade humana e técnica da nossa equipa multidisciplinar que nos permite potenciar as tecnologias de ponta de que dispomos.
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Após a desvitalização, que cuidados se deve ter com o dente tratado?
A principal recomendação passa por evitar mastigar ou morder sobre o dente tratado até tê-lo restaurado de forma definitiva.
O dente não restaurado (com material definitivo) é suscetível a fraturas, portanto, o paciente deve agendar a colocação da coroa ou outra restauração definitiva o mais rápido possível. Para além disso, o paciente só precisa praticar uma boa higiene oral, incluindo uma escovagem cuidada, o uso de fio dentário, e consultas de avaliação/higiene oral regulares.
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